Em 21/01/2014
POR DASSLER MARQUES
Praticamente completo. Chute de direita e de esquerda. Drible, força, trabalho sem bola, poder de decisão e personalidade. No futebol de Carlos (95), grande destaque do Atlético-MG que decide nesta terça-feira uma vaga na final da Copa São Paulo, difícil é encontrar defeitos. Giuliano Bertolucci, hoje o agente mais poderoso do futebol brasileiro e entre os principais do planeta, pinçou um diamante na mina de ouro da geração atleticana /94 e principalmente /95.
Na Cidade do Galo, onde é o empresário com melhor trânsito junto à direção, Bertolucci trouxe as duas maiores vendas da gestão Alexandre Kalil: Diego Tardelli, ao Anzhi-RUS, e Bernard, para o Shakhtar-UCR. “Todo mundo trazia 15, 16 milhões de euros parcelados pelo Bernard. Eu queria 25. O Giuliano trouxe 25 milhões de euros à vista”, conta Kalil ao Terra. Foi graças a esse prestígio todo que Bertolucci naturalmente se transformou no agente a cuidar da principal joia da base atleticana. Um diamante, por assim dizer, Carlos.
Como é cada vez mais praxe no mercado, agentes menores precisam se associar aos maiores para alinhavar os negócios “diferenciados”. Assim, recomendado no próprio Atlético pelo histórico de grandes transferências, Bertolucci incorporou Carlos para sua prestigiada carteira de clientes. Em caso de venda futura ao exterior, o empresário fica com a maior parte dos 20% de direitos econômicos que foram cedidos na última assinatura de contrato. O agente menor, responsável por levar o atacante da Baixada Santista para o Atlético em 2009, fica com uma quantia inferior, mas ainda assim bastante sedutora para um iniciante. E não há iniciante com juízo que hoje recuse um acordo desse tipo com Bertolucci.
Nos próximos dias, entretanto, é certo que haverá uma nova discussão contratual sobre os vencimentos de Carlos. A política salarial na base do Atlético é das mais rígidas entre os clubes grandes do País e não há jogador que receba valores de dois dígitos, por exemplo. Colocar o grande destaque atleticano da Copa São Paulo em campo nos profissionais seria um risco sob o contrato atual. Como a multa rescisória é calculada sobre esses salários, Carlos seria um alvo fácil para equipes brasileiras. “Menos de R$ 5 milhões”, estima um agente mineiro para o blog, cerca de 20% do valor previsto para o exterior.
Vice-artilheiro da Copa São Paulo com oito gols marcados, Carlos tem boas chances de ultrapassar o líder, Gustavo Adebayor (94), que já deixou o Taboão da Serra e fez exames no Criciúma. Nesta terça, às 19h (de Brasília), o atleticano vai a campo diante do Santos, na Arena Barueri, para tentar ampliar sua marca e também se vingar. Recentemente, na Copa do Brasil Sub-20, as equipes se pegaram na semifinal: na ida, em Minas, Carlos marcou duas vezes, mas os santistas devolveram 6 a 1 na Vila Belmiro. Agora, o buraco parece ser mais embaixo, dada a ótima campanha do Atlético na Copinha.
Carlos, certamente, está entre os principais destaques do time de Rogério Micale, campeão há seis anos com o Figueirense. Jogadores como Dodô (94), Marquinhos (94), Alex (94) e Matheus Nolasco (95), já com muito tempo de casa, também têm feito a diferença. Recentemente contratado após ser descartado pelo São Paulo, o volante Eduardo (95) se encaixou como uma luva. Do banco, Yago (95) é outro sobre quem podem se fazer grandes projeções. É a mina de ouro onde há um diamante. E ele já tem dono.
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