Anelka queria jogar “descontraído” em um “país exótico”
Nicolas Anelka, a nova surpresa com que Alexandre Kalil brindou a torcida do clube que preside, estava sem mercado na Europa. Aos 35 anos e marcado pelo incidente do gesto antissemita em um jogo do West Bromwich, Anelka já não sonhava em disputar a Copa do Mundo no Brasil. Jogar por um clube brasileiro, porém, o interessava.
Em entrevista ao jornal gratuito Metro, edição parisiense, na sexta-feira passada, Anelka revelou o desejo de reencontrar a “descontração” do início da carreira. Uma boa notícia para a torcida do Atlético Mineiro: ele disse que vem mantendo a forma, mesmo depois de ter sido dispensado (ou pedido dispensa, na versão dele) do West Bromwich, seu clube mais recente.
Longe da Europa, Anelka talvez tenha a esperança de se livrar de explicações sobre o incidente que o tirou do futebol inglês. Ele fez um gesto conhecido na França como “quenelle” – um dos braços esticados para baixo e a outra mão sobre o ombro. Esse gesto de baixo calão era usado em um esquete do comediante francês Dieudonné, amigo de Anelka. Dieudonné, antes esquerdista, “converteu-se” à extrema direita e o gesto (até por parecer uma saudação nazista “ao contrário”) passou a ser associado ao preconceito contra os judeus.
Anelka jura que não é racista nem antissemita. Que queria apenas homenagear o amigo Dieudonné. Mas o estrago estava feito. Além disso, o atacante é recém-convertido ao islã, o que alimentou a suspeita de antissemitismo.
A seguir, alguns trechos da entrevista de Anelka ao Metro.
SOBRE A CARREIRA
Eu sou acima de tudo um homem livre, que finalmente pode curtir os filhos. Eu não estou em busca de um clube, mas recebo propostas. Ainda não decidi. Salvo milagre, nenhum novo desafio antes da próxima temporada. Seja na Europa ou em países exóticos, tenho vontade de amar o futebol descontraído como no começo da minha carreira. Enquanto espero, estou mantendo a forma para estar pronto quando chegar a hora, porque há grande chance de me verem ainda em campo.
SOBRE A “QUENELLE”
Quem decide que a “quenelle” é antissemita e racista, além do inventor do gesto? Não cabe à Licra (uma entidade antirracista) decidir, mas àquele que inventou! Quando perguntam ao Dieudonné, ele diz claramente que não. Só porque algumas pessoas reproduziram o gesto na frente de uma sinagoga, ele vira automaticamente antissemita em qualquer situação? Desculpe, mas eu não engulo. Se continuar assim, daqui a pouco quem resolveu que a “quenelle” é racista vai nos proibir de comer abacaxi! Reconheço que é um gesto vulgar. Não havia nenhum pensamento religioso da minha parte. Eu não sou racista nem antissemita, a “quenelle” era só uma homenagem!
SOBRE RACISMO
É fácil dizer que eu sou antissemita e racista. Resta provar. Não tenho nenhum antecedente racista nem antissemita. Portanto, nenhuma prova, nem mesmo uma suspeita de prova! Ah, claro, logo eu li que tinha me convertido ao Islã. Para ligarem uma coisa com outra, é super-rápido. Mas eu tenho uma pergunta: por que eu pensaria na comunidade judia ao marcar um gol? Nunca tive problema com ela e, além disso, por que teria?
SOBRE A PUNIÇÃO (MULTA DE 80 000 LIBRAS E SUSPENSÃO DE 5 JOGOS)
Meu gesto foi considerado anti-semita, mas eu não: não compreendo! Que contradição magnífica. Aceitei minha pena e não recorri porque, diante das reações ao veredicto, eles estavam esperando eu recorrer para me suspender por dez jogos! Por isso preferi sair do clube.
RELAÇÃO COM DIEUDONNÉ
É um amigo, e hoje em dia se tornou um irmão. Continua a ser o melhor humorista da França. Muita gente pensa como eu, mas não ousa dizer, por medo de perder o emprego.
SOBRE OS ATLETAS FRANCESES TONY PARKER E SAKHO, QUE FIZERAM O GESTO E DEPOIS PEDIRAM DESCULPAS
Cada um escolhe seu lado. Eles são livres para fazer o que quiserem e não me cabe julgar. Eu sou franco, as pessoas sabem. Quando luto por alguém, vou até o fim.
COMENTÁRIOS:
Mário Vilela:7 abril, 2014 as 14:39
Publicação tendenciosa, deixando a margem de que o jogador veio para o Atlético por expulsarem ele da Europa ou simplesmente por estar mais velho, ele não falou do Brasil como um País exótico. Jornalismo do Eixo Rio/SP é sempre assim, se fosse o Flamengo contratando ele seria a melhor contratação de um excelente jogador em Grande Fase… Por isso odeio a globo e seu jornalismo alienado ao que convém causar intrigas.
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