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2 de março de 2014

Assim o Galo ganhou a Libertadores

'Até agora não vejo nada de anormal, exceto o fato de em 2013 a equipe ter começado melhor. Mas é bom lembrar que ela vinha embalada pela grande campanha no vice-campeonato brasileiro'

Jaeci Carvalho - Estado de Minas
Publicação:01/03/2014 08:00
Tenho visto torcedores reclamando de Paulo Autouri por achá-lo retranqueiro e que o Atlético joga feio. Calma, gente! Na vitória sobre o excelente Santa Fé, vi o mesmo filme da Libertadores passada: um Galo aguerrido, que acredita até o apito final do árbitro, e faz gols em jogadas nunca imaginadas, como o belíssimo voleio de Neto Berola. Já disse que cobrar do técnico e mesmo dos jogadores um futebol de alto nível nesta altura da competição é covardia. Eles mal chegaram das férias e não tiveram pré-temporada decente. O torcedor, imediatista, esquece que Cuca perdeu os seis primeiros jogos, entregou o boné, mas Alexandre Kalil não aceitou.

O clube contratou Autuori, não David Copperfield. Só este faz mágica. O treinador está conhecendo o grupo, as características individuais dos atletas e impondo sua filosofia de trabalho, o que demanda tempo. Além disso, o Atlético tem 100% de aproveitamento, e isso pode ser decisivo para mais uma conquista. Ser o primeiro lugar geral dá o privilégio de decidir em casa todas as fases de mata-mata.

Claro que o Atlético não fez partida brilhante. R10 não jogou nada e Tardelli puxou para si a responsabilidade. Foi o suficiente para o time vencer no finalzinho, com um golaço. Libertadores é isso. Como disse acima, o Santa Fé é certinho, tem muita qualidade e não foi semifinalista na edição passada à toa. Em Bogotá, o Galo terá sérias dificuldades e se conseguir um empate será ótimo.

Até agora não vejo nada de anormal, exceto o fato de em 2013 a equipe ter começado melhor. Mas é bom lembrar que ela vinha embalada pela grande campanha do vice-campeonato brasileiro. Estava engrenada, o treinador a conhecia bem e tudo ficou mais fácil. O alvinegro atropelou todos os adversários na primeira fase, foi o melhor time e acabou trazendo para casa vantagem expressiva. Realmente, o time, juntamente com a torcida, fez do Independência um caldeirão. Parece até La Bombonera, de onde é raro o adversário sair com os três pontos. Como dizem os atleticanos: “Caiu no Horto, tá morto!”

Claro que com menos sofrimento é melhor. Tudo no Galo é mais difícil, apertado, “coração na boca”. Bem que os jogadores poderiam diminuir esse estresse da galera. Porém, como ela acredita até depois do último apito, eles sabem que vão do céu ao inferno em milésimos de segundo se o gol sair. Como o de Neto Berola, que saiu do banco para lembrar os voleios de Bebeto, como aquele na vitória do Brasil por 2 a 0 sobre a Argentina, pela Copa América de 1989, no Maracanã.

Berola não é craque, não é titular, mas tem estrela. Ou faz o gol da vitória ou dá o passe decisivo. Aliás, por falar em passe, que belo lançamento de Guilherme para o gol de Jô. Tomara que com Autuori ele volte a jogar como no Cruzeiro, quando foi lançado pelo próprio treinador em 2007. Tecnicamente, Guilherme é excelente, mas lhe falta confiança, preparo físico e menos contusões. Quem sabe uma boa sequência devolva a ele a vibração e a motivação em ser titular. Ninguém se esquece de jogar bola, mas é preciso querer aquele algo a mais. Autuori o pôs na posição em que aprecia jogar e onde agora tem tudo para dar certo.

Como afirmei em colunas anteriores e no Alterosa no ataque, programa que comando de segunda a sexta-feira, às 19h15, o Atlético é um dos favoritos ao título, juntamente com o Cruzeiro. Acho até o time azul alguns degraus acima, mas nada que o Galo não possa superar. O importante para este escriba – que tem o privilégio de torcer pelos dois rivais, uma vez que seu time do coração é o Flamengo – é a Libertadores continuar nas Gerais e termos em dezembro mais uma equipe daqui no Mundial do Marrocos. Se for o Atlético, será a grande chance de apagar o maior vexame de sua história. Caso seja o Cruzeiro, poderá buscar o título que os alemães lhe tiraram duas vezes. Temo que Vélez Sarsfield ou Flamengo possam atrapalhar meus planos. O time argentino é muito bom. O carioca nem tanto, mas, se deixarem chegar, a gente já sabe como o filme termina. Que o torcedor mineiro acredite, como eu. Raposa e Galo estão bem acima dos demais grandes clubes do país.

Opinião:
Tenho nojo deste cara, mas, não posso omitir parte desta declaração de amor, tudo isto para falar das marias, péssimo!!!

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