Pitbull atleticano não balança as redes há quase cinco anos, enquanto ex-jogador do Flamengo e da seleção brasileira ficou por quatro anos e dois meses sem marcar
Por Léo Simonini
Salvador
Não tão alto na estatura, com 1,73m, mas um gigante na marcação dos adversários, Pierre é um dos grandes ídolos recentes da torcida do Atlético-MG. O carinho e admiração são tantos que gritos de “pitbull” são normais sempre que o nome do jogador aparece na escalação. Um verdadeiro cão de guarda à frente do sistema defensivo, Pierre já acumula 145 partidas pelo clube, e no último domingo, diante do Santos, chegou a marca de 250 jogos pela primeira divisão do Brasileirão.
Desde 2003 em ação, lançado pelo técnico Cuca à época no Paraná, Pierre só não tem números tão bons quando o assunto é gol. Pelo time paranaense ele marcou o primeiro de seus poucos tentos na elite, e justamente contra o Atlético-MG. Pelo Palmeiras, clube que defendeu até acertar com o Galo em agosto de 2011, Pierre também deixou sua marca algumas poucas vezes. Mas desde então, pelo alvinegro, o volante amarga um jejum, que somado ao dia seguinte ao último gol pelo Palmeiras, supera os quatro anos e nove meses. Esta seca é maior que a vivida pelo folclórico Charles Guerreiro, jogador com passagem marcante pelo Flamengo na década de 90, que chegou a defender a seleção brasileira. Na época, o voluntarioso rubro-negro demorou quatro anos e dois meses para marcar pelo time da Gávea.
Ciente de que sua função no Galo não é a de marcar gols, mas sim os adversários, Pierre encara com bom humor a situação e acredita que o gol pelo clube vai sair no momento certo.
- Estou batalhando para ver se esse golzinho sai, acho que não tem ninguém que queira mais do que eu. Mas estou tranquilo, ao longo da minha carreira nunca fui um jogador de fazer muitos gols, apesar de nos quatro anos de Palmeiras ter marcado seis. Aqui no Atlético-MG não tive essa felicidade, mas sei da minha capacidade, e nesses três anos maravilhosos aqui a torcida tem me abraçado e estado comigo. E como falei, naturalmente vai sair.
Como o jogador afirmou, ele quer que o gol saia naturalmente, ou seja, não adianta pedir para que ele bata um pênalti.
- Verdade, os meninos até brincam que se sair um pênalti eu vou bater, mas falei que para estar realizado 100% tem que ser de outra maneira, de pênalti não. Quem sabe num chute de fora da área, numa triangulação, vou sonhando com as possibilidades ao longo da partida, e na hora certa vai aparecer uma oportunidade boa.
Se de pênalti não vale, o bem humorado Pierre garante que com uma ajuda do goleiro rival pode ser, modo pelo qual ele marcou o primeiro gol na elite do Brasileirão, ainda em 2003, justamente contra o Atlético-MG.
- Acho que o primeiro gol a gente nunca esquece. O treinador era o Adilson Batista e me lembro que o Paraná perdia de 1 a 0. E num lance que eu estava na área, o goleiro, acho que o Eduardo, acabou falhando e eu cabeceei para o gol. E com falha vale sim, de canela, de bico, de carrinho, voadora, vale de todo tipo, o importante é balançar a rede.
Se o primeiro foi inesquecível, o último Pierre também guarda na memória. Foi pelo Palmeiras, no dia 11 de julho do Brasileirão de 2009, na goleada por 4 a 1 sobre o Náutico.
- Acho que foi no Brasileiro, na época do Palmeiras, faz bastante tempo. Acho que foi contra o Náutico, no Brasileiro de 2009.
Pitbull x Guerreiro
Pierre se lembra do “concorrente”, mas se esquiva e garante que o jejum de Charles é maior, afinal, ele marcou gols por todos os outros clubes pelos quais passou.
- Já ouvi falar essa história do Charles, mas claro que esse momento que estou passando é no Atlético-MG apenas, nos outros clubes que joguei consegui fazer gols. Mas isso não é uma coisa que me preocupa, não me tira o sono porque na verdade tenho outras funções dentro do grupo e sei da minha importância. Claro que todo mundo quer fazer gol, mas sei que no momento certo Deus vai preparar uma oportunidade boa para eu balançar a rede.
Por fim, entre uma risada e outra, Pierre não tem medo de afirmar que já tem mais gols que Charles Guerreiro ao longo da carreira.
- Acho que o Charles, na carreira dele toda, não tem metade dos gols que eu tenho. Mas estou tranquilo e espero que esse jejum não perdure por muito tempo.
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